segunda-feira, 16 de maio de 2011

SANTO GALVÃO é do BRASIL

Minhas férias com Frei Galvão

Introdução

Você não imagina como passei as minhas últimas férias... Foram as melhores de toda minha vida.

Bem... é verdade que ainda não tive tempo para muitas... Eu tenho só 12 anos.

Por isso mesmo, eu me preparei para a viagem com muita antecedência. Eu sabia que ela seria muito especial para mim. Afinal, essa foi a primeira vez que meus pais me deixariam viajar sem eles.

Mas eu não estava sozinho. Durante sete dias, estive na companhia de meus cinco primos em um lugar muito agradável, ao pé da Serra de Itatiaia, perto de Aparecida.

A fazenda, que vem desde os tempos do Império, pertence a meu tio, que sempre convida seus familiares para lá passarem alguns dias do verão.

Neste ano, o convite se estendeu também aos mais jovens, até aos muito jovens. E lá fui eu, para minhas primeiras férias em liberdade e com meus primos preferidos.

O Jairo, a Bia e a Alice, meus primos de segundo grau, foram os primeiros a chegar, acompanhados de seus pais. O Bruno, a Cláudia e eu chegamos, quase ao mesmo tempo, já perto do entardecer. Meu tio foi o último a chegar. Ele demorou muito porque estava visitando seus pacientes pobres que ele atende gratuitamente sempre que vem para a fazenda. é, eu ia esquecendo de dizer: ele é médico.

Os adultos esperaram por ele toda a tarde na varanda, mas meus primos e eu começamos logo os jogos porque nos avisaram que ele poderia tardar nas visitas.

Parece que todos na região gostam muito de meu tio. Depois da consulta médica, que ele atende gratuitamente, sempre o seguram um pouco para uma conversinha. Creio que gostam de ouvi-lo contar histórias. E o tempo passa, é claro.

Por isso, quando vimos a sua figura alta e forte se aproximando da soleira da porta, já estávamos ha horas nos divertindo no grande pátio ladeado de palmeiras, que fica ao lado da casa grande.

Não foi preciso correr para cumprimentar Tio Carlos. Com sua gentileza, ele já estava vindo até nós para dar as boas vindas.

— O que é isso?... Por que ficaram assim tão quietos?... Venham cá, eu trouxe uns biscoitos de que vocês vão gostar... Disse Tio Carlos, em tom forte.

Nós nos aproximamos, mas continuamos meio mudos. Estávamos cansados e, além disso, aquela fisionomia grave de homem importante nos deixava um pouco sem jeito. Mas logo o gelo foi quebrado por sua voz sonora:

— Bem... não fiquem assim! Quero que falem, que brinquem...

O que é que vocês têm nas mãos? Ah! A letra de uma música... Então está bem: vou lhes ensinar uma cantiga típica desta região... Depois cantaremos juntos. Certo?

E Tio Carlos começou a cantarolar:

— Senhor meu Frei Galvão! Senhor meu Frei Galvão,

Na minha aflição: Vós que não pisais no chão, Dai-me paz e consolação!

— Não “pisais” no chão?! Perguntou Bia. Quem é que não pisa no chão?

— Quem é Frei Galvão? Queria saber a apressada Cláudia.

— O primeiro Santo do Brasil! Respondeu Tio Carlos.

— Huuum!... é aquele das pílulas! Lembrou-se Alice.

O ambiente já era outro. Os biscoitos e a canção de Tio Carlos nos deixaram à vontade, e todos queriam conversar ao mesmo tempo. Tio Carlos teve que falar mais forte:

— Calma! Vamos devagar! Eu conheço bem Frei Galvão e sei que vocês gostam de histórias... Vamos com calma, porque eu tenho muitos fatos para contar da vida deste primeiro santo brasileiro! — Nossa!... Então conta, conta logo, Tio Carlos! Diziam todos ao mesmo tempo.

— Ah!... Só conto se vocês se comportarem!

— Combinado! Nós somos bonzinhos e comportados!... Disse Jairo, em nome de todos.

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